segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Já não há quem viva neste país.

Eu adoro Portugal. A nossa cultura é riquíssima nas mais diversas áreas: gastronomia, arte, língua, desporto e tantas outras mais. De um país com tamanha pequenez territorial, têm resultado grandes projectos levados a cabo pelos nossos jovens empreendedores. E isto realiza-me, faz-me querer dar o melhor de mim cá dentro, contribuindo para o desenvolvimento económico, social e cultural do nosso Portugal. Mas depois, eis que acontece a autêntica história de terror, sim, porque sempre ouvi dizer que uma desgraça nunca vem só.  Vem a polémica dos vistos gold, vem a demissão do Ministro da Administração Interna e vem, ora que já cá faltava, a desvirtude do Sócrates. Esta última, fez-me perder réstia de esperança na luz ao fundo do túnel para a política (corrupta, entenda-se) que comanda o nosso país. Até ao desenrolar do processo e, sendo que, até prova em contrário, o zézinho continua inocente, vou esperar que o meu discernimento jurídico não colapse. Eu nunca esperei tamanha revelação vinda do Ex-ministro José Sócrates e sim, eu pertencia àquele, não extenso, grupo que o apoiava e que apreciava muitas das medidas por ele tomadas. Porém, já dizia a minha avózinha, quem vê caras não vê corações e aqui está o resultado quando a coisa dá para o torto. Mas agora, focando-me naquilo que realmente releva para a conclusão desta crónica, espreitemos o impacto que tais desvarios têm tido na projecção internacional do nosso país. 

"Mas isso é assim tão importante?", perguntam-me. 


Pois claro que sim! Hoje em dia já ninguém se governa sozinho, a aspiração à auto-suficiência já morreu com o Salazar, e aquilo que "os outros" pensam de nós é merecedor de reparo. Qualquer dia vamos até Londres, descansadinhos da vida passar uns dias e damos por nós rotulados sei lá eu de quê, pior que os alemães e o nazismo ou os suíços exterminadores. Fora as polítiquices é uma questão de honra, meus caros. Honra é a palavra que foi expulsa deste século. A transparência (melhor, a falta dela) dos dinheiros públicos que, friso, são de todos nós, contribuintes, não devia andar aí nas bocas do mundo pelos motivos mencionados.
Termino, tristemente, dizendo que todo o interesse que a política me despertava, se perde, de dia para dia. Isto que hoje temos, não é mais que a vergonha de gerações e gerações que tanto lutaram por alcançar a democracia, quase acabada pelas gentes deste presente enublado.



Actualização: a prisão preventiva de Sócrates... (longo suspiro) Já não dá para confiar no mundo.

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