sábado, 10 de maio de 2014

#Crónica aos dias de hoje

Faz parte da rotina diária ir sentada no metro a ler o jornal, a ler as "gordas", porque o caminho não dá para mais. Leio de tudo um pouco, até porque os jornais de distribuição gratuita primam por isso mesmo, alcançar o maior número possível de públicos-alvo, através de uma espécie de "mixórdia de temáticas" versão jornaleira. Há dias em que verdadeiramente me decepciono com coisas que leio, sinto que o pormenor, o detalhe da escrita de outrora se tende a perder, de dia para dia... Leio crónicas que não raras vezes exploram realidades forçadas pelo próprio escritor, pago para "dizer umas coisas". Falta o brio. Falta, essencialmente, a paixão pela escrita. Diluem-se estas memórias cinzentas quando leio coisas verdadeiras e penso que, no meio de tanta gente que escreve hoje, existem verdadeiros artistas, verdadeiros escritores. Porque contínuo a ser daquelas pessoas que interpreta o verbo "ler" o jornal no sentido de folhear as páginas grandes, com cheiro intenso a papel, com títulos enormes, com fotografias de grandes planos, sem ser de tablet  na mão. Eu sou mesmo à moda antiga. Gosto das coisas pequenas e, essencialmente, gosto que se preservem as boas tradições, porque qualquer dia, o mundo fica-se por aqui...

(Sou uma velha.)

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